Como alternativa às crises (fome, Peste Negra e guerra) da sociedade européia nos séculos XV e XVI, a expansão marítima e comercial possibilitou para os europeus novas fontes de matéria-prima, mercadorias através do oceano Atlântico. Além disso, permitiu um intercambio cultural, que colaborou para a mudança do pensamento europeu. Devido a essa troca de conhecimento, novos valores começaram a emergir na sociedade, principalmente nas cidades italianas, que eram marcadas pela religiosidade e pelos dogmas da Igreja.
CONCEITO DE RENASCIMENTO:
Esta expressão foi cunhada pelo critico de arte Giorgio Vassari em 1550, para conceituar ideias de despertar, de regeneração, de ressurreição, presentes nas artes que marcavam a passagem da Ide Média para Idade Moderna.
“(...) o Renascimento foi um movimento, uma revivificação das capacidades do homem, um novo despertar da consciência de si próprio e do universo – um movimento que se alastrou pela Europa Ocidental e que, pode-se dizer, durou mais de dois séculos. Foi entre 1400 a 1600 que dominou plenamente.”(SINCHEL, Edith. O Renascimento.)
O Renascimento foi um movimento artístico cultural, que incentivou a ciência e o pensamento racional, ocorrendo de forma mais expressiva na arte, este movimento teve como inspiração arte clássica e a cultura greco-romana. O berço deste movimento foi na Itália.
MOVIMENTO HUMANISTA:
Desde o século XVI, era perceptível a insatisfação por parte dos estudiosos com as concepções hierárquicas e dogmáticas dos valores culturais defendidos pela Igreja. Os humanistas tinham por objetivo principal a valorização do ser humano e a defesa do saber, como forma de romper com os ideais medievais, o que determinou a defesa de ideias como:
Classicismo: voltou-se para a Antiguidade Clássica, retomando os valores greco-romanos. Procuravam espelhar a estética da antiguidade nas obras. Eles pretendiam renascer essa cultura que estava desaparecida durante o período medieval, denominado “Idade das Trevas”.
Antropocentrismo: o oposto do teocentrismo medieval, que falava que Deus era o centro do universo. No antropocentrismo, o homem era o centro do universo, sendo independente de Deus.
Racionalismo: o crescimento científico da época, levou à rejeição das interpretações dogmáticas da Igreja e valorização da razão. Só então, poderia tomar algo como verdade mediante aquilo que o homem compreendia a partir do seu intelecto.
Individualismo: afirma a liberdade do indivíduo, principalmente perante à sociedade e ao Estado. Contrapunha-se ao coletivismo da sociedade feudal medieval.
Naturalismo: integrava o homem a natureza, aproximando-o do Universo. Procurava superar o místico e o sobrenatural.
Hedonismo: busca pela beleza existente no próprio homem e na natureza. Prazer individual como o único bem possível.
Classicismo: voltou-se para a Antiguidade Clássica, retomando os valores greco-romanos. Procuravam espelhar a estética da antiguidade nas obras. Eles pretendiam renascer essa cultura que estava desaparecida durante o período medieval, denominado “Idade das Trevas”.
Antropocentrismo: o oposto do teocentrismo medieval, que falava que Deus era o centro do universo. No antropocentrismo, o homem era o centro do universo, sendo independente de Deus.
Racionalismo: o crescimento científico da época, levou à rejeição das interpretações dogmáticas da Igreja e valorização da razão. Só então, poderia tomar algo como verdade mediante aquilo que o homem compreendia a partir do seu intelecto.
Individualismo: afirma a liberdade do indivíduo, principalmente perante à sociedade e ao Estado. Contrapunha-se ao coletivismo da sociedade feudal medieval.
Naturalismo: integrava o homem a natureza, aproximando-o do Universo. Procurava superar o místico e o sobrenatural.
Hedonismo: busca pela beleza existente no próprio homem e na natureza. Prazer individual como o único bem possível.
Tais ideais se tornaram características centrais do Renascimento e podem ser observadas nas obras da maioria dos artistas da época.
“David” 1504; Michelangelo Buonarotti. Ao retratar David nu, Michelangelo agrega em sua obra todos os conceitos do Renascimento, colocando o homem como temática central da obra de arte.
Fases do Renascimento
Trecento: século XIV – 1301-1400
Quatrocento: século XV – 1401-1500
Cinquecento: século XVI – 1501-1550
PIONEIRISMO ITALIANO:
1. A intensa circulação comercial:
A abertura do Mar Mediterrâneo impulsionou o desenvolvimento econômico, social e cultural através da ampliação das relações comercais, que se operaram nas principais cidades italianas, tais como: Gênova, Veneza, Milão, Florença e Roma.
2. Mecenato:
O desenvolvimento do comércio nos grandes centros mercantis destacados acima, gerou riquezas na região que tornou possível o surgimento de mecenas, indivídus que patrocianavam as produções artísticas e científicas. Os mecenas eram compostos por membros da aristrocracia e o clérigo. Famílias mais importantes no patrocínio foram: os Médici de Florença e os Sforza de Milão.
3. As ruínas e monumentos da antiga Roma:
Os vestígios da antiga civilização romana em toda Itália foi uma fonte de inspiração e estímulo para os astístas do Renascimento. Herdeiros de tradições greco-romana, sábios bizantinos foram atraídos pela riqueza das cidades italianas, que assim possibilitaram o acesso a elementos da cultura do Mundo Antigo.
ALGUNS DOSPRINCIPAIS ARTÍSTAS DO RENASCIMENTO:
Leonardo da Vinci (1452-1519)
Contribuiu para o desenvolvimento de várias áreas do conhecimento, como: arquitetura, engenharia, anatomia, cartografia, física, pintura, entre outros.
Gioconda “Mona Lisa” 1503 – Leonardo da Vinci
Michelangelo Buonaroti (1475-1564)
Considerado o “gigante do Renascimento”, Michelangelo foi escultor e pintor. Suas obras exprimem a dor e paixão, elevando bastante o caráter estético do movimento.
“A Criação de Adão – Michelangelo Buonarotti; 1511
O RENASCIMENTO ALÉM DA ARTE:
Houve também o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, como física, matemática, astronomia e biologia. Explicações para fenômenos do universo e da natureza deveriam ser feitos a partir da observação, criação de hipóteses e uso da razão. Dessa maneira, o empirismo ganhava destaque.
Abaixo estão alguns dos grandes pensadores do período Renascentista:
Nicolau Copérnico (1473-1543):
Formulou a teoria do heliocentrismo, que dizia que o Sol era o centro do Universo e que outros astros, inclusive a Terra, giram ao seu redor. Ele renegava o geocentrismo (Terra como centro do Universo), teoria formulada na Antiguidade e que era defendida pela Igreja.
Galileu Galilei (1564-1642):
Formulou as leis do movimento dos corpos, onde a aceleração dos corpos em queda é a mesma, independente de sua massa.
Erasmo de Roterdã (1466-1536)
Buscou esclarecer questões religiosas. Em seu livro, “Elogio da loucura”, chegou a denunciar alguns abusos da Igreja e a imoralidade do clero.
Johann Kepler (1571-1630):
Percebeu que os astros realizavam movimento elíptico e não circular.
Johann Gutenberg (1400-1468):
Contribuiu para a propagação do Renascimento, aperfeiçoando o processo de impressão . A partir disso começaram a ser produzidos livros em maior escala, nas línguas regionais o que possibilitou o maior acesso aos ideias.
Algumas obras notáveis do período
· Dom Quixote de la Macha , Miguel Cervantes
· Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões
· Davi, Michelangelo
· O Príncipe, Nicolau Maquiavel
Texto escrito por Thayane Lucas.
APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.
1- (PUC) O Renascimento, engendrado no contexto da crise geral do final da Idade Média, foi um processo de intensa renovação cultural. Sobre o Renascimento pode-se afirmar que:
a) ao garantir a participação do povo no movimento, conseguiu aproximar a arte popular da erudita.
b) frustrou a burguesia emergente em seus objetivos de ascensão social e poder político.
c) se propagou rapidamente pela Europa, mantendo as mesmas características em todos os lugares.
d) significou uma brusca ruptura com a religiosidade tradicional da Idade Média.
e) teve no racionalismo um de seus elementos definidores.
2-(UFRJ) "Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. Na principal destas, a pintura do teto e das paredes é mais ou menos igual, umas grinaldas de flores miúdas e grandes pássaros que as tomam nos bicos, de espaço a espaço. Nos quatro cantos do teto as figuras das estações, e ao centro das paredes os medalhões de César, Augusto, Nero e Massinissa, com os nomes por baixo... Não alcanço a razão de tais personagens."
(Assis, Machado de. "Dom Casmurro". ln: OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1971. P.809-10. V.1)
"A exuberante e fantástica fachada da cartuxa de Paiva - o monumento da Itália que os franceses mais admiraram -, verdadeira festa de mármores e esculturas, fornece o melhor exemplo da fantasia com que o Renascimento italiano utilizou, por vezes, o vocabulário artístico dos Antigos. Medalhões com os imperadores de Roma ou com reis do Oriente, cenas alegóricas ou mitológicas, grinaldas, pilastras finamente cinzeladas, ramagens estilizadas, aves diversas recobrem a parte inferior que é do fim do século XV"
(Delumeau, Jean. A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO. Lisboa, Editorial Estampa, 1984. P.106. V.1)
Os medalhões que Dom Casmurro (o personagem narrador criado por Machado de Assis) não compreendia eram ecos remotos do início da Era Moderna. A "redescoberta" da Antigüidade Clássica foi um traço marcante do Humanismo, também caracterizado pela percepção de que o homem tinha o poder de aprimorar a si mesmo e de interferir na natureza e na História. O ideário humanista contrapunha-se diretamente a valores medievais consagrados.
a) Aponte duas razões importantes para a disseminação do Humanismo pelo continente europeu.
GABARITO:
1) E
2) a) O incremento das trocas comerciais entre os centros dinâmicos da economia continental (Antuérpia, Lisboa, Veneza, Gênova e Paris, por exemplo), processo concomitante ao surgimento de uma nova classe (a dos burgueses), ao Mecenato e à invenção da Imprensa.
a) ao garantir a participação do povo no movimento, conseguiu aproximar a arte popular da erudita.
b) frustrou a burguesia emergente em seus objetivos de ascensão social e poder político.
c) se propagou rapidamente pela Europa, mantendo as mesmas características em todos os lugares.
d) significou uma brusca ruptura com a religiosidade tradicional da Idade Média.
e) teve no racionalismo um de seus elementos definidores.
2-(UFRJ) "Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga rua de Mata-cavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. Na principal destas, a pintura do teto e das paredes é mais ou menos igual, umas grinaldas de flores miúdas e grandes pássaros que as tomam nos bicos, de espaço a espaço. Nos quatro cantos do teto as figuras das estações, e ao centro das paredes os medalhões de César, Augusto, Nero e Massinissa, com os nomes por baixo... Não alcanço a razão de tais personagens."
(Assis, Machado de. "Dom Casmurro". ln: OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1971. P.809-10. V.1)
"A exuberante e fantástica fachada da cartuxa de Paiva - o monumento da Itália que os franceses mais admiraram -, verdadeira festa de mármores e esculturas, fornece o melhor exemplo da fantasia com que o Renascimento italiano utilizou, por vezes, o vocabulário artístico dos Antigos. Medalhões com os imperadores de Roma ou com reis do Oriente, cenas alegóricas ou mitológicas, grinaldas, pilastras finamente cinzeladas, ramagens estilizadas, aves diversas recobrem a parte inferior que é do fim do século XV"
(Delumeau, Jean. A CIVILIZAÇÃO DO RENASCIMENTO. Lisboa, Editorial Estampa, 1984. P.106. V.1)
Os medalhões que Dom Casmurro (o personagem narrador criado por Machado de Assis) não compreendia eram ecos remotos do início da Era Moderna. A "redescoberta" da Antigüidade Clássica foi um traço marcante do Humanismo, também caracterizado pela percepção de que o homem tinha o poder de aprimorar a si mesmo e de interferir na natureza e na História. O ideário humanista contrapunha-se diretamente a valores medievais consagrados.
a) Aponte duas razões importantes para a disseminação do Humanismo pelo continente europeu.
GABARITO:
1) E
2) a) O incremento das trocas comerciais entre os centros dinâmicos da economia continental (Antuérpia, Lisboa, Veneza, Gênova e Paris, por exemplo), processo concomitante ao surgimento de uma nova classe (a dos burgueses), ao Mecenato e à invenção da Imprensa.
BIBLIOGRAFIA:
Livro: História geral e do Brasil (editora: scipione; autores: Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo)
Livro: Ser Protagonista – História – Volume Único
Site de pesquisa
http://isaquelsilva.com/util/Ebook/Primeiro_Ano/Historia/UNIDADE5/CAPITULO16/data/pages/2.swf
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