terça-feira, 6 de agosto de 2013

Expansão imperialista sobre a América Latina, Ásia e a partilha da África Relações internacionais, equilíbrio europeu e sistemas de aliança

Caricatura do fim do século XIX mostra Inglaterra, Alemanha, Rússia, França e Japão (da esq. para a dir.) repartindo a China

O Imperialismo foi um modelo político-econômico implantado no final do século XIX pelos países desenvolvidos, após a Segunda Revolução Industrial, com o objetivo de expandir o domínio territorial e os lucros da produção capitalista. A principal diferença entre o Imperialismo e o Colonialismo clássico existente no século XV, corresponde ao fato de que os países desenvolvidos passaram a exercer não mais relações mercantilistas e sim relações capitalistas com os territórios neocolonizados, o que implicou em uma dominação cultural, política e econômica, para garantir a manutenção das relações de produção industrial.
Partindo do desejo de obter novos territórios para produção industrial capitalista crescente, os países da Europa e os Estados Unidos (EUA) começaram a disputar áreas de influência na África, Ásia e América Latina. Os três principais objetivos eram a busca por matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra barata. Inicialmente os países desenvolvidos dividiram entre si a África e a Ásia durante a Conferência de Berlim, baseando-se apenas em seus interesses econômicos, sem se preocupar com a identidade étnica, cultural e social de cada população, principalmente na África, onde existem até mesmo tribos rivais em áreas bem próximas. 
As teorias sociais utilizadas para justificar as ações imperialistas eram o etnocentrismo (que explicava que alguns povos eram superiores a outros), darwinismo social (interpretação equivocada da teoria da evolução que postulava que os mais aptos venceriam por conta da seleção natural). Assim sendo, os dominadores possuíam boas justificativas para levar “a civilização” aos povos “selvagens”, ou seja, os europeus estavam levando melhores condições de vida aos povos inferiores e não seriam vistos como invasores, mas sim como “educadores”.

Inglaterra e seus territórios dominados

A supremacia européia tornou-se possível devido à reunião de três fatores essenciais: a explosão demográfica, progresso tecnológico, desenvolvimento econômico e financeiro. As colônias eram utilizadas para a geração de capitais excedente, obtidos pelo processo de industrialização em curso e, desse modo, amplamente rentabilizados. 
Os EUA se industrializaram após a Guerra de Secessão, tornando-se uma das potências industrializadas mundiais, disputando com os países europeus. Porém, a sua principal área de influência era a América Latina.

Influência imperialista sobre a América Latina

A Conferência de Berlim que ocorreu em 15 de novembro de 1884 reuniu 14 países incluindo os países da Europa e os EUA, durante a mesma a África e a Ásia foram partilhadas, sendo criada a regra de que para se dominar um território era necessário possuir atuação direta sobre ele, como sedes de administração locais. 
A disputa entre os países da Europa por terras acabou culminando em grande rivalidade, disputas, pequenas guerras nos territórios dominados e por fim, na Primeira Guerra Mundial, em que a Inglaterra e a Alemanha cobiçavam a hegemonia mundial. O conflito começou a se delinear com a formação de alianças políticas divididas em dois grupos, Inglaterra, França e Rússia X Alemanha, Áustria-Hungria, Itália. 
Os países dominados sofreram consequências negativas desse período, com a partilha aleatória de terras, muitas populações perderam sua identidade cultural, conflitos foram gerados entre tribos rivais, e o próprio meio-ambiente foi destruído pela exploração de matéria-prima. Parte das populações foi ainda escravizada pelos homens brancos, e famílias foram separadas. 
Portanto, nota-se que o período imperialista apesar de próspero economicamente para a Europa, foi destrutivo para os países colonizados e, posteriormente, gerou um dos maiores conflitos bélicos mundiais, a Primeira e Segunda Guerra Mundial. 

Texto escrito por Ana Luísa Suzarte Campelo 

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR. 

1)A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX, alterou o equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial emergiu o Imperialismo, cuja característica marcante foi o(a): 

a) substituição das intervenções militares pelo uso da diplomacia internacional. 
b) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes dos países industrializados. 
c) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas conquistadas. 
d) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa. 
e) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista. 

2) "Foi em 1994 que acabou o século XIX (...) De 1815 a 1914, a Europa (...) desfrutara um século de paz (...) Nesse século, a burguesia pôde consolidar o seu poder (...) E o imperialismo colonialista ia bem, obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914 caiu como uma bomba NESTE (PARAÍSO)." A 1 Guerra Mundial descortinou uma série de conflitos camuflados neste "paraíso" tais como: 

a) a luta pelas terras conquistadas na América e a manutenção do tráfico de escravos. 
b) a disputa de mercados mundiais pelas nações européias imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão aos movimentos nacionalistas na África e na Ásia. 
c) a difusão do movimento socialista em países como a Inglaterra e França com o advento da Revolução Russa. 
d) a disputa dos mercados consumidores europeus pelas nações independentes da África e da Ásia. 
e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle dos mercados fornecedores de matérias-primas japoneses e africanos. 

GABARITO: 

1)
2)

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