terça-feira, 6 de agosto de 2013

A Expansão Marítima (XIV/XV)

Continentes conhecidos pelos Europeus no início do século XVI.

Às vésperas da expansão marítima e comercial, a Europa conheceu uma crise de grandes proporções: a crise geral do feudalismo. No entanto, já em meados do século XV, com a superação da crise geral do século XIV, fruto do processo de reurbanização, um amplo redirecionamento ocorreu nos campos político, econômico, social e cultural na Europa, desencadeando, uma nova conjuntura característica da Idade Moderna, descrita pela Formação dos Estados Modernos, pelo surgimento do Absolutismo e do Renascimento. A Expansão Marítima e Comercial se inseriu nesse amplo quadro de transformações que marcaram a desagregação do sistema feudal – mais lento ou mais acelerado, dependendo da região da Europa a ser considerada.

O MEDO DE NAVEGAR NOS MARES DESCONHECIDOS

Na primeira imagem observamos monstros gigantescos ameaçando um barco, e na segunda, a teoria de que o mar teria um fim, como um abismo além do horizonte. Ambas as imagens também demonstram a influencia do teocentrismo no imaginário europeu.

Até o final do século XV, o mundo conhecido pelos europeus se restringia ao seu próprio continente, à parte norte da África e a algumas localidades da Ásia. Essas regiões estavam integradas pelo comércio cujas rotas percorriam os portos às margens do Mediterrâneo. Todo tipo de artigos era comercializado: ouro, escravos, artigos de luxo, condimentos e sal. 
Muitos eram os palpites do como seriam os habitantes das terras desconhecidas e o que poderiam os europeus achar ao chegar lá. Além das lendas sobre o Oriente, existiam também narrativas menos fantasiosas, como os relatos de viagens. Desses relatos, destacou-se Marco Pólo, mercador veneziano que viajou ao Oriente no final do século XIII. Marco Pólo conheceu boa parte da Ásia, passando por regiões da China, da Índia e do Império Mongol. 

CONDIÇÕES E MOTIVAÇÕES DA EXPANSÃO MARÍTIMA

Obter produtos mais baratos. 
Desejo de espalhar a fé cristã. 
Curiosidade pelo mundo desconhecido. 
Condições Geográficas: proximidade do oceano Atlântico. 
Os marinheiros portugueses já conheciam a bússola ou agulha de marear e o astrolábio. 

O MERCANTILISMO

Um dos fundamentos do mercantilismo era a medida da riqueza de um país pela quantidade de metais preciosos que possuía. Isso levou à política econômica chamada de metalismo. Outro item fundamental do mercantilismo era a balança comercial favorável, ou seja, era necessário vender mais e comprar menos de outros países. Uma forma de diminuir as importações era aumentar os impostos sobre essa movimentação, prática chamada de protecionismo. O comercio ultramarino também entrava na lógica mercantilista.

O EXPANSIONISMO PORTUGUÊS: O PÉRIPLO AFRICANO E A ROTA ORIENTAL


No contexto da expansão portuguesa, as seguintes etapas devem ser destacadas:

1415 – a conquista de Ceuta, importante entreposto comercial árabe localizado no norte da África, é considerada como o marco inicial do expansionismo português.
1418-1483 – etapa marcada pela descoberta e início da ocupação das ilhas do Atlântico: Madeira (1418-1419); Açores (1427-1428); Cabo Verde(1456). Essa etapa também foi assinalada pela ocupação de pontos estratégicos no litoral africano: Cabo Bojador (1434); Serra Leoa(1460); Congo(1483).
1487-1488 – período marcado pela chegada de uma expedição comandada por Bartolomeu Dias à extremidade sul do continente africano (Cabo da Boa Esperança). A importância dessa etapa relaciona-se à comprovação de que a rota oriental (Périplo Africano), desenvolvida pelos portugueses, era viável para se alcançar as Índias. Afinal, transposto esse obstáculo, estava “aberto” o caminho para o Oriente.
1498 – chegada da expedição comandada por Vasco da Gama às Índias (Calicute).
1500 – expedição comandada por Pedro Álvares Cabral, formada por cerca de 1500 homens. Essa expedição alcançou no Atlântico sul, o território que viria a se chamar Brasil. Depois de alguns dias ele atravessou o Atlântico, contornou a extremidade sul do continente africano, atingiu as Índias e deu prosseguimento à exploração comercial iniciada por Vasco da Gama.

As expedições de Cabral não pararam por ai, posteriormente se estabeleceram no sudeste da Ásia, em 1511, com a conquista de Malaca. Em 1517 alcançaram a China, onde em 1557, Macau rapidamente se transformou em porta de acesso dos portugueses ao império chinês. No Japão os portugueses não se estabeleceram em nenhum ponto estratégico, a exemplo do que havia ocorrido na China. No entanto, o território era rico em Prata o que possibilitou rentáveis negócios para os comerciantes lusitanos.

O EXPANSIONISMO ESPANHOL

Em fins do século XV, os espanhóis iniciaram sua participação no processo expansionista. Também nesse caso, a centralização política e a formação do Estado Nacional Moderno, ambas alcançadas em 1492, desempenharam um papel decisivo. O projeto expansionista espanhol deve ser entendido como o resultado da convergência entre interesses religiosos, políticos e econômicos. Observando as rotas marítimas desenvolvidas por portugueses e espanhóis, percebe-se que elas eram diferentes. No entanto, em ambos os casos, os resultados foram semelhantes no que se refere a manutenção dos anseios mercantilistas materializados no bulionismo (metalismo) e no colonialismo.
Na Europa as notícias de que os espanhóis haviam alcançados as Índias acirrou os conflitos entre Portugal e Espanha. 
Nesse contexto, entende-se a preocupação do governo português, principalmente depois que o papa Alexandre VI, em 1493, determinou a divisão das terras “descobertas” e “ a descobrir” por meio de um meridiano que passava a 100 léguas a oeste de Cabo Verde. De acordo com a proposta do papa – que era espanhol -, outorgava-se à Espanha todas as terras situadas a oeste, e a Portugal as terras localizadas a leste desse meridiano. Porém essa interferência papal não foi aceita pelos portugueses temendo que a rota oriental pela África fosse prejudicada.
No ano seguinte, em 1494, os dois reinos ibéricos assinaram o Tratado de Tordesilhas, deslocando o meridiano para 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Sem dúvida o Tratado de Tordesilhas foi uma vitória da diplomacia portuguesa, uma vez que garantiu o controle do périplo africano para oriente, a hegemonia sobre o Atlântico Sul e a posse de terras que a Coroa Portuguesa suspeitava existirem no continente Americano. 
O projeto expansionista dos espanhóis não se limitou aos empreendimentos de Colombo. Outras expedições foram realizadas, entre as quais vele destacar a de Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano (1519-1522).

O Mapa apresenta a Bula Intercoetera proposta em 1493 pelo papa espanhol e negada peloa portugueses e o Tratado de Tordesilhas assinado em 1494, que dividia o mundo colonial entre Portugal e Espanha

Texto escrito por Larissa Martins

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR

1) (PUCCamp-SP) O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI,XVII e XVIII, está ligado à:

a) expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-­cambista.
c) Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
d) Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.

2) (Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história:
a) a participação da Espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época;
b) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente;
c) o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França, Inglaterra e Holanda;
d) Portugal, imediatamente após o descobrimento do Brasil, iniciou a colonização, extraindo muito ouro para a Europa, desde 1500;
e) O pioneirismo português.

GABARITO

1) A
2) E

BIBLIOGRAFIA:

Fontes: Livros Caminhos da História- Editora Positivo – 2006
Livro Ser Protagonista, volume único – editora SM – 2010

Sites de Pesquisa: http://www.mundovestibular.com.br/articles/4398/1/A-EXPANSAO-MARITIMA-EUROPEIA/Paacutegina1.html
http://www.infoescola.com/historia/expansao-maritima/

A Guerra Civil Espanhola (1936/1939)

A Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre os anos de 1936 e 1939, foi um conflito teve a participação de militares rebeldes, e terminou com a vitória dos militares e a instauração de um regime ditatorial de caráter fascista, liderado pelo general Francisco Franco. 

Um pouco de História...

Avessa às revoluções liberais que tomaram conta da Europa no século XIX, a Espanha chegou ao século XX ainda sob a regência de um regime monárquico. No entanto, os movimentos de esquerda espanhóis se dividiam facções que se colocavam contra os graves problemas enfrentados pelo país e a manutenção da monarquia, o que contribuiu para. ascensão de grupos políticos de tendência comunista, socialista e anarquista. 
A partir de 1910, o movimento de oposição das esquerdas comandou diversas manifestações trabalhistas e organizou vários comandos de greve. A situação chegou a um ponto insustentável e, com isso, o regime absolutista espanhol abdicou do poder para deixar a nação sobre o controle dos militares. O general Primo Rivera, em 1923, instalou um governo ditatorial com apoio dos monarquistas. Ainda assim, os movimentos de esquerda não perderam suas forças e impuseram o fim da ditadura militar em 1930. 
Após uma frustrada tentativa de reconstituição da monarquia, a Espanha implantou uma reforma política que marcou o início da chamada Segunda República. No final de 1931, o país ganhou uma nova carta constitucional e elegeu Niceto Alcalá Zamora como novo presidente espanhol. Entre outras ações, o novo governo descentralizou o poder, instituiu um regime eleitoral com voto livre direto, fixou novos salários, iniciou uma reforma agrária e promoveu a separação entre Igreja e Estado. 
Essas duas medidas em especial desagradaram profundamente os setores ligados aos grandes fazendeiros e os clérigos católicos. Ao mesmo tempo, os movimentos de esquerda julgavam as novas medidas extremamente limitadas e setores mais conservadores do meio militar desejavam o retorno da monarquia. 
No ano de 1932, uma tentativa de golpe foi ensaiada por alguns militares fiéis à realeza. Paralelamente, as esquerdas se manifestaram em novas greves e na organização de protestos públicos. 
Ao longo da década de 1930, a delicada situação política ganhou novos contornos com a polarização política instituída por dois novos movimentos: a Falange Tradicionalista Espanhola, defensora de um regime totalitário no país; e a Frente Popular de Esquerda, que agrupava líderes socialistas, comunistas e anarquistas. Nas eleições de 1936, a Frente Popular ganhou uma expressiva quantidade de votos e conseguiu eleger o presidente Manuel Azaña. 
Acuada com a derrota eleitoral, a direita espanhola pediu apoio político para a Alemanha nazista e ao governo fascista italiano. Enquanto isso, o novo governo tentou instituir seu projeto de reforma agrária e concedeu aumento salarial para as classes trabalhadoras. 
A tensão política arrebentou com o início de uma guerra civil, em julho de 1936. Os partidários da Falange logo conseguiram expressivas vitórias, graças à ação do general direitista Francisco Franco. 
O triunfo dos falangistas foi garantido pelo massivo apoio militar cedido pelos alemães e italianos. Em oposição, os esquerdistas e democratas tentavam conter o triunfo de Francisco Franco. Mediante esse conflito, a Internacional Comunista convocou diversos de seus membros para lutarem em favor da esquerda espanhola, formando as Brigadas Internacionais. Além disso, a União Soviética também demonstrou apoio à Frente com o envio de tropas.
Entre os anos de 1936 e 1937, vários combates arrasaram a nação espanhola. Entre as mais violentas e famosas batalhas acontecidas nesse período, destacamos o bombardeio aéreo dirigido contra a cidade de Guernica, tema de uma das mais famosas obras do pintor Pablo Picasso. No ano de 1938, os franquistas já tinham controlado as principais cidades do território espanhol. Além disso, a União Soviética assinou um armistício com a Alemanha e retirou suas tropas da Espanha. 
Em março de 1939, os exércitos do general Franco conseguiram tomar posse da cidade de Barcelona após uma sangrenta batalha, onde 30 mil republicanos foram executados. A partir de então, Francisco Franco se tornou líder máximo da nação espanhola, deixando o cargo somente em 1975. De acordo com algumas estimativas, em seu breve período de duração, a Guerra Civil Espanhola foi responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas.

Com o apoio nazi-fascista, o general Francisco Franco venceu a Guerra Civil Espanhola.

A imagem ilustra a guerra civil declarada ocorrida na Espanha.

Texto escrito por Paolo Bindela 


APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR. 

(UFES) A Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939), em que mais de 1 milhão de pessoas perdeu a vida, terminou com a derrota dos republicanos e com a subida ao poder do general Francisco Franco. O Estado Espanhol, após a vitória de Franco, caracterizou-se como: 

a) democrático com tendências capitalistas; 
b) democrático com tendências socialistas; 
c) populista de esquerda; 
d) totalitário de direita;
e) totalitário de esquerda.

Expansão imperialista sobre a América Latina, Ásia e a partilha da África Relações internacionais, equilíbrio europeu e sistemas de aliança

Caricatura do fim do século XIX mostra Inglaterra, Alemanha, Rússia, França e Japão (da esq. para a dir.) repartindo a China

O Imperialismo foi um modelo político-econômico implantado no final do século XIX pelos países desenvolvidos, após a Segunda Revolução Industrial, com o objetivo de expandir o domínio territorial e os lucros da produção capitalista. A principal diferença entre o Imperialismo e o Colonialismo clássico existente no século XV, corresponde ao fato de que os países desenvolvidos passaram a exercer não mais relações mercantilistas e sim relações capitalistas com os territórios neocolonizados, o que implicou em uma dominação cultural, política e econômica, para garantir a manutenção das relações de produção industrial.
Partindo do desejo de obter novos territórios para produção industrial capitalista crescente, os países da Europa e os Estados Unidos (EUA) começaram a disputar áreas de influência na África, Ásia e América Latina. Os três principais objetivos eram a busca por matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra barata. Inicialmente os países desenvolvidos dividiram entre si a África e a Ásia durante a Conferência de Berlim, baseando-se apenas em seus interesses econômicos, sem se preocupar com a identidade étnica, cultural e social de cada população, principalmente na África, onde existem até mesmo tribos rivais em áreas bem próximas. 
As teorias sociais utilizadas para justificar as ações imperialistas eram o etnocentrismo (que explicava que alguns povos eram superiores a outros), darwinismo social (interpretação equivocada da teoria da evolução que postulava que os mais aptos venceriam por conta da seleção natural). Assim sendo, os dominadores possuíam boas justificativas para levar “a civilização” aos povos “selvagens”, ou seja, os europeus estavam levando melhores condições de vida aos povos inferiores e não seriam vistos como invasores, mas sim como “educadores”.

Inglaterra e seus territórios dominados

A supremacia européia tornou-se possível devido à reunião de três fatores essenciais: a explosão demográfica, progresso tecnológico, desenvolvimento econômico e financeiro. As colônias eram utilizadas para a geração de capitais excedente, obtidos pelo processo de industrialização em curso e, desse modo, amplamente rentabilizados. 
Os EUA se industrializaram após a Guerra de Secessão, tornando-se uma das potências industrializadas mundiais, disputando com os países europeus. Porém, a sua principal área de influência era a América Latina.

Influência imperialista sobre a América Latina

A Conferência de Berlim que ocorreu em 15 de novembro de 1884 reuniu 14 países incluindo os países da Europa e os EUA, durante a mesma a África e a Ásia foram partilhadas, sendo criada a regra de que para se dominar um território era necessário possuir atuação direta sobre ele, como sedes de administração locais. 
A disputa entre os países da Europa por terras acabou culminando em grande rivalidade, disputas, pequenas guerras nos territórios dominados e por fim, na Primeira Guerra Mundial, em que a Inglaterra e a Alemanha cobiçavam a hegemonia mundial. O conflito começou a se delinear com a formação de alianças políticas divididas em dois grupos, Inglaterra, França e Rússia X Alemanha, Áustria-Hungria, Itália. 
Os países dominados sofreram consequências negativas desse período, com a partilha aleatória de terras, muitas populações perderam sua identidade cultural, conflitos foram gerados entre tribos rivais, e o próprio meio-ambiente foi destruído pela exploração de matéria-prima. Parte das populações foi ainda escravizada pelos homens brancos, e famílias foram separadas. 
Portanto, nota-se que o período imperialista apesar de próspero economicamente para a Europa, foi destrutivo para os países colonizados e, posteriormente, gerou um dos maiores conflitos bélicos mundiais, a Primeira e Segunda Guerra Mundial. 

Texto escrito por Ana Luísa Suzarte Campelo 

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR. 

1)A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX, alterou o equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial emergiu o Imperialismo, cuja característica marcante foi o(a): 

a) substituição das intervenções militares pelo uso da diplomacia internacional. 
b) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes dos países industrializados. 
c) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas conquistadas. 
d) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa. 
e) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista. 

2) "Foi em 1994 que acabou o século XIX (...) De 1815 a 1914, a Europa (...) desfrutara um século de paz (...) Nesse século, a burguesia pôde consolidar o seu poder (...) E o imperialismo colonialista ia bem, obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914 caiu como uma bomba NESTE (PARAÍSO)." A 1 Guerra Mundial descortinou uma série de conflitos camuflados neste "paraíso" tais como: 

a) a luta pelas terras conquistadas na América e a manutenção do tráfico de escravos. 
b) a disputa de mercados mundiais pelas nações européias imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão aos movimentos nacionalistas na África e na Ásia. 
c) a difusão do movimento socialista em países como a Inglaterra e França com o advento da Revolução Russa. 
d) a disputa dos mercados consumidores europeus pelas nações independentes da África e da Ásia. 
e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle dos mercados fornecedores de matérias-primas japoneses e africanos. 

GABARITO: 

1)
2)

Sites de Pesquisa: 

sábado, 22 de junho de 2013

Liberalismo e democracia. Socialismo e Anarquismo. O pensamento revolucionário no século XIX.

O objetivo deste texto é realizar uma breve reflexão sobre as principais ideais que permearam o pensamento revolucionário no século XIX.

I) LIBERALISMO:

O Liberalismo é definido como um conjunto de princípios e teorias políticas que tem como ideias principais: a defesa da propriedade privada; a liberdade econômica (livre mercado); a mínima participação do Estado na economia da nação (governo limitado); a igualdade perante a lei (Estado de direito). 
O liberalismo surgiu como ideal político e econômico no século XVII, por meio de trabalhos publicados pelo filósofo inglês John Locke, precursores da teoria do contrato social, da qual Locke acreditava que os governos haviam sido criados para defender o direito natural do homem (propriedade, liberdade, a vida), caso não o fizesse, o povo teria o direito de restituir o governo injusto. Já no século XVIII, o liberalismo econômico ganhou força com as ideias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith. 
O Liberalismo no século XIX definiu o Estado burguês e tornou-se a mola propulsora do desenvolvimento das relações capitalistas na História. A força do discurso liberal é tamanha que diante da crise do Estado Social no século XX, o Neoliberalismo surgiu no final da década de 1970 como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que restauraram o Estado Liberal através da desregulação do Estado, da privatização e da retirada do Estado dos investimentos sociais, como forma de manutenção do crescimento econômico. Tal situação gerou uma total desproteção social, crise e reconfiguração das relações de trabalho, e a substituição de políticas sociais por políticas compensatórias. 

II) ANARQUISMO: 

O anarquismo Fo um movimento revolucionário que surgiu no século XIX atarvés das ideias de Mikhail Bakunim (1814-1876).
O anarquismo defende a existência de uma sociedade sem Estado, equilibrada na ordem, na liberdade de forma voluntaria e autodisciplinada. Os anarquistas são a favor de uma organização voluntaria, onde os seres humanos deveriam ter a liberdade espontânea sem ter que seguir diretrizes partidárias. A própria comunidade deveria se reunir para tomar decisões de seu interesse. A primeira base do anarquismo é o fim da propriedade privada, o segundo é o fim do Estado já que o mesmo era desnecessário para a sociedade e que favorece exclusivamente a burguesia, a terceira característica seria a liberdade e ordem obtida de forma espontânea, sem intervenção do Estado através de leis.
O anarquismo se difere do comunismo, pois este admite após a derrubada do capitalismo uma fase de transição descrita pelo socialismo. Por isso o comunismo seria uma última fase, onde também não haveria necessidade da existência do Estado. Já o anarquismo prevê uma ruptura direta e em seguida a viabilização de um governo onde predomina a autogestão da sociedade, sem necessidade de um Estado ou de partidos políticos.

III) SOCIALISMO E COMUNISMO: 

Dentro da teoria marxista elaborada no século XIX, comunismo e socialismo seriam duas etapas sucessivas no desenvolvimento da sociedade humana, ocorrendo após o colapso do sistema capitalista. O socialismo seria caracterizado pela abolição da propriedade privada dos meios de produção e a instalação de um Estado forte ("ditadura do proletariado"), capaz de consolidar o regime e promover a diminuição da desigualdade social. No comunismo, o próprio Estado seria abolido com a instauração de uma igualdade radical entre os homens.
O socialismo refere-se a um modo de organização social criado no século XIX em oposição ao liberalismo e ao capitalismo. Naquela época, a realidade existente era a do trabalhador submisso, baixos salários e longas jornadas. Então, o socialismo propôs o extermínio da propriedade privada dos meios de produção, a tomada do poder por parte do proletariado, o controle do Estado e divisão igualitária da renda, ou seja, proporcionar a todos um modo de vida mais justo. 
Esta etapa de transição entre o capitalismo e o comunismo foi pensada de diferentes formas entre pensadores do século XIX do qual se destacam duas correntes centrais: o socialismo utópico e o socialismo científico.
O Socialismo Utópico teve como um de seus principais precursores: Robert Owen (considerado o pai do socialismo utópico), Saint-Simon e Charles Fourier que idealizavam a formação de uma sociedade onde as classes sociais vivessem em paz ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca constante pelo lucro. O francês Saint Simon defendia um tipo de socialismo planificado, em que o mercado devia ter algum tipo de controle estatal. Já Charles Fourier foi contrário a essas ideias e propôs um sistema de trabalho em cooperativas, em que os empregados fossem donos das fábricas e repartissem o lucro entre si. Para Robert Owen, os trabalhadores deveriam se organizar em cooperativas, sem salário, retirando de sua produção aquilo que necessitassem para sua sobrevivência. Como essas ideias que pareciam impossíveis de darem certo, aos olhos dos homens daquele período, Owen foi tachado de “socialista utópico”, ou seja, que vivia de sonhos e ideais.
O Socialismo Científico teve como pensadores principais Karl Marx e Friedrich Engels. Os citados autores foram os teóricos do marxismo.
O socialismo científico tinha como principais bases teóricas o materialismo histórico, a dialética, a luta de classes, a revolução proletária, a tese da mais-valia e a teoria do trabalho como mercadoria. Todas essas teorias foram frutos de profundas reflexões e análises da sociedade industrial burguesa que estava em ascensão no século XIX.
Segundo os socialistas científicos, a melhoria das condições de vida e trabalho dos trabalhadores se concretizaria através da luta de classes, da revolução proletária e da luta armada. Eles combatiam as ideias liberais burguesas dos socialistas utópicos que acreditavam que a transformação social aconteceria de forma pacífica.
O socialismo científico apoiou o “despertar” dos trabalhadores da situação de explorados, através da luta de classes. Ou seja, os trabalhadores seriam o motor da transformação da história. A superação do capitalismo e a construção de uma sociedade sem classes só seriam possíveis por meio de uma revolução socialista conduzida pelos trabalhadores. Segundo Marx e Engels, a tomada do poder pelos trabalhadores daria início à ditadura do proletariado (transição entre o capitalismo e o socialismo) e o final do processo de transição seria o comunismo (sociedade sem classe, sem propriedade privada, sem donos dos meios de produção, sem Estado).
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) são apontados como os precursores das formulações teóricas do comunismo. Uma de suas principais obras fundadoras desta corrente política foi “O Manifesto do Partido Comunista”. 
Nas palavras de Engels: “O comunismo é a doutrina das condições de libertação do proletariado (...) cujo sofrimento, cuja vida e cuja morte, cuja total existência dependem da procura do trabalho e, portanto, da alternância dos bons e dos maus tempos para o negócio, das flutuações de uma concorrência desenfreada. Numa palavra, o proletariado ou a classe dos proletários é a classe trabalhadora do século XIX. (...) Torna-se necessário: a restrição da propriedade privada por meio de impostos progressivos, altos impostos sobre heranças, abolição da herança por parte das linhas colaterais (irmãos, sobrinhos, etc.), empréstimos forçados, etc; a expropriação gradual dos latifundiários, fabricantes, proprietários de caminhos-de-ferro e armadores de navios, em parte pela concorrência da indústria estatizada, em parte, diretamente, contra indenização em papéis do Estado; a confiscação dos bens de todos os emigrantes e rebeldes contra a maioria do povo; a organização do trabalho ou ocupação dos proletários em fábricas e oficinas, pela qual se elimina a concorrência dos operários entre si e os fabricantes são obrigados, enquanto ainda subsistirem, a pagar o mesmo salário elevado que o Estado a igual obrigação de trabalho para todos os membros da sociedade até à completa abolição da propriedade privada Formação de exércitos industriais, sobretudo, para a agricultura; a centralização do sistema de crédito e da banca nas mãos do Estado por meio de um banco nacional com capital do Estado e repressão de todos os bancos privados e banqueiros; a multiplicação do número de fábricas, oficinas, caminhos-de-ferro e navios nacionais, cultivo de todas as terras e melhoramento das já cultivadas, na mesma proporção em que se multiplicarem os capitais e os operários que se encontram à disposição da nação, a educação de todas as crianças, a partir do momento em que podem passar sem os cuidados maternos, em estabelecimentos nacionais e a expensas do Estado. Combinar a educação e o trabalho fabril; a construção de grandes palácios nas herdades nacionais para habitações coletivas das comunidades de cidadãos que se dedicam tanto à indústria como à agricultura, e que reúnam em si tanto as vantagens da vida citadina como as da rural, sem partilhar da unilateralidade e dos defeitos de ambos os modos de vida; a destruição de todas as habitações e bairros insalubres e mal construídos, a igualdade de direito de herança para os filhos ilegítimos e legítimos, a concentração de todo o sistema de transportes nas mãos da nação. Quando todo o capital, toda a produção e toda a troca estiverem concentrados nas mãos da nação, a propriedade privada desaparecerá por si própria, o dinheiro tornar-se-á supérfluo e a produção aumentará tanto e os homens transformar-se-ão tanto, que poderão igualmente tombar as últimas formas de intercâmbio da antiga sociedade”. (Novembro 1847)

Texto escrito por Letícia e Profa. Clarissa. 

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.


1. (Unicamp 2011) A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.

A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência. (Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: AlfaÔmega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.0

As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como

a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais independentes da realidade histórica e social.
b) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas pelas relações de produção.
c) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a implantação de uma ditadura do proletariado.
d) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o fim da exploração econômica e a abolição do Estado por meio da ação direta.


2. (Mackenzie) Os primeiros socialistas, ao formularem profundas críticas ao progresso industrial, estavam ainda impregnados de valores liberais. Atacando os grandes proprietários, mas tendo, em geral, muita estima pelos pequenos, esses teóricos acreditavam que pudesse haver um acordo entre as classes.
Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo

Os historiadores acima estão se referindo aos:

a) socialistas científicos.
b) socialistas utópicos.
c) anarquistas.
d) marxistas.
e) socialistas liberais.

3. (Puc-MG) O chamado socialismo científico, formulado por Marx e Engels no século XIX, propunha:

a) a superação do capitalismo pela ação revolucionária dos trabalhadores, aglutinados em torno da Internacional Socialista.
b) a redução do papel do Estado na economia para efetivar o controle direto pelo proletariado sobre os meios de produção.
c) a supressão de toda legislação trabalhista e social, tida como mecanismo de alienação e cooptação do proletariado.
d) a realização de sucessivas reformas na estrutura capitalista, possibilitando a gradativa implantação do comunismo avançado.

GABARITO:

1) B
2) B
3) A

O iluminismo (XVIII)


O Iluminismo foi um processo longo do qual as transformações culturais iniciadas no Renascimento prosseguiram e se estenderam pelo século XVII e século XVIII, este movimento intelectual que surgiu na Europa, defendia o uso da razão (racionalismo) para compreensão das relações sociais, econômicas e políticas, afastando-se do modo de pensar medieval centralizado em ideais teocentristas, o que também viabilizou o desenvolvimento da ciência.
O Iluminismo promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade solidificados nas revoluções burguesas do século XVIII. Tais ideais solidificaram-se através da democracia, do liberalismo econômico, da liberdade de culto e pensamento e da igualdade de direitos. As críticas dos iluministas ao Antigo Regime eram em vários aspectos como: o mercantilismo, o absolutismo monárquico, o poder da igreja e as verdades reveladas pela fé, os privilégios feudais, a hereditariedade da propriedade, etc. Em oposição a os ideais tradicionais os iluministas ditaram os rumos das revoluções burguesas através da defesa da liberdade econômica sem a intervenção do Estado na economia, do direito de compra e venda da propriedade privada, do Estado respaldado no contrato social, entre outras ideias que motivaram novas formas de pensar o mundo.

Alguns dos principais pensadores iluministas foram:

Montesquieu (1689-1755) – Defendia a divisão de poderes em executivo, legislativo e judiciário. Sua obra principal foi “O espírito das leis”. 
Voltaire (1694-1778) – Critico da religião e da Monarquia, Voltaire não aceitava a união entre a Igreja e o Estado prevista no modelo absolutista. Sua principal obra foi “Cartas Inglesas”.Diderot (1713-1784) e D’Alembert (1717-1783) - Escreveram juntos a primeira enciclopédia.
Rousseau (1712-1778) – o Filósofo que inspirou a Revolução francesa, sobretudo a bandeira dos jacobinos através da defesa da democracia como forma de superação das desigualdades sociais e garantia da participação política para todos. Sua principal obra foi “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.

Os Déspotas Esclarecidos

Com o avanço dos ideais iluministas alguns monarcas absolutistas buscaram maneiras para impedir o avanço das revoluções burguesas através da realização de reformas sociais e econômicas a fim de modernizar seus países sem abrir mão do poder. Estes monarcas ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos.
Os déspotas esclarecidos foram reis que aderiram as idéias iluministas, criando uma legislação favorável ao comércio e à produção manufatureira com o objetivo de fortalecer a burguesia e ao mesmo tempo manter-se no poder. Outras medidas giravam em torno da criação de escolas laicas (não religiosas), da assinatura de decretos pela liberdade de culto afim de reduzir os privilégios do clero católico.Essas reformas duraram, normalmente, apenas o período correspondente ao governo de cada um dos monarcas, sendo anuladas pelos seus sucessores.



Os principais déspotas esclarecidos:

Frederico II, rei da Prússia (1712-1786): desenvolveu a agricultura, aboliu a tortura nos interrogatórios, fundou escolas e organizou um grande exército expandindo seus domínios sobre territórios que antes pertenciam à Áustria e à Polônia.
Catarina II, czarina da Rússia (1762-1796): criou escolas, hospitais e esforçou-se por introduzir as idéias dos filósofos franceses em seu país.
Jose II, imperador da Áustria (1780-1790): reduziu o poder da Igreja, confiscando muitas terras. Libertou servos, aboliu as obrigações feudais e organizou o exército.
Marquês de Pombal (1699-1782): ministro do rei Dom Jose I de Portugal, Pombal expulsou os jesuítas do Brasil, reformando o sistema de ensino retirando as escolas do controle das ordens religiosas. incentivou o comércio e as manufaturas e fortaleceu o poder real na colônia. 
Conde de Arandas (1719-1798): ministro do rei Carlos III da Espanha, incentivou o desenvolvimento econômico do país e executou reformas administrativas que fortaleceram o poder real.

Texto escrito por Mariana Alecrim

VÍDEO AULA: 
https://www.youtube.com/watch?v=brwEnPKC6a0

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.


1)(Fuvest) Sobre o chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que



a) foi um fenômeno comum a todas as monarquias européias, tendo por característica a utilização dos princípios do Iluminismo.
b) foram os déspotas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão das ideias iluministas elaboradas pelos filósofos da época.


c) foi uma tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias europeias reformarem estruturalmente seus Estados.
d) foram os burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de modernização proposto pelos filósofos iluministas.
e) foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem alterá-las, as estruturas vigentes.

GABARITO: [E]

2)(UFPR 2010) A respeito do iluminismo, movimento filosófico que se difundiu pela Europa ao longo do século XVIII, considere as seguintes afirmativas:



1) Muitos filósofos franceses, entre eles Montesquieu, Voltaire e Diderot, foram leitores, admiradores e divulgadores da filosofia política produzida pelos ingleses, como John Locke com sua crítica ao absolutismo.
2) Quanto à organização do Estado, os filósofos iluministas não eram contra a monarquia, mas contra as ideias de que o poder monárquico fora constituído pelo direito divino e de que ele não poderia ser submetido a nenhum freio.
3) A descoberta da perspectiva e a valorização de temas religiosos marcaram as expressões artísticas durante o iluminismo.
4) Em Portugal, o pensamento iluminista recebeu grande impulso das descobertas marítimas.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

GABARITO [B]

3) (Mackenzie) Sobre o iluminismo, é correto afirmar que:

a) defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes.b) propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da balança de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade.
c) criticava o mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada, o absolutismo e a desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos.
d) acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais.
e) consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, através da educação.

GABARITO [C]

4)(Ufv) O século XVIII é conhecido como o "século das luzes". Durante aquele período, as realizações no campo da filosofia, das letras e da ciência alimentavam esperanças de que a razão humana pudesse remodelar as instituições sociais e políticas, eliminando as injustiças e as superstições. Por DESPOTISMO ILUSTRADO entende-se:

a) o novo conjunto de ideias filosóficas, políticas e sociais que emergem durante os séculos XVII e XVIII como crítica ao Estado absoluto.


b) um estilo de governo, em voga entre os "reis filósofos" do século XVIII, que pretendia reformar "pelo alto" as instituições consideradas antiquadas.
c) o mesmo que liberalismo, defendendo a ampliação dos direitos civis e liberdades políticas dos cidadãos.
d) a eliminação, na filosofia e na ciência, de toda explicação ou argumento de fundo religioso, mágico ou metafísico.
e) as formas de governo características de países do Oriente como a Pérsia, a Índia e a China

GABARITO [B]

SITES DE PESQUISA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo
http://www.historiamais.com/iluminismo.htm
http://evanesloko.no.comunidades.net/index.php?pagina=1444550949

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os diferentes tipos de colonização na América

UM RESUMO DOS DIFERENTES TIPOS DE COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA

I) A COLONIZAÇÃO INGLESA NA AMÉRICA DO NORTE:

Mapa das Treze Colônias

A colonização inglesa se concentrou na América do Norte. No final do século XVI, os ingleses queriam conquistar novas terras investindo na construção naval e na política mercantilista para acumular riquezas. 
Em 1607, o navio MayFlower chegou na América do Norte, na atual região do Estado de Virginia, onde foi fundada a primeira colônia inglesa. O grande movimento migratório para a América do Norte levou a formação das Treze Colônias e esteve em grande parte relacionado a guerra civil que se instaurou entre católicos e protestantes. Os colonos ingleses que se instalaram na América do Norte desejavam reconstruir a vida que tinham na Inglaterra nas novas terras colônias devido a semelhança do clima e proximidade geográfica, o que justificou um tipo de colonização diferenciado que misturou colônias de povoamento e exploração.
Além disso, a própria Inglaterra contribuiu com a autonomia colonial através da chamada negligência salutar, visto que os lucros com a pirataria e a produção de manufaturas em si contribuíram para a concentração de capitais e o crescimento da burguesia inglesa.
As Treze Colônias possuíam características de colonização diferentes. As colônias do sul ficaram conhecidas como colônias de exploração, onde os colonos investiam na produção de matéria-prima através da monocultura, plantação em latifúndio utilização de mão de obra escrava obedecendo as características do plantion. A diferença entre as colônias de exploração do sul e as colônias portuguesas estava na inexistência do Pacto Colonial, visto que independente do tipo de colonização as Treze Colônias participavam ativamente do Comércio Triangular.

No mapa segue a ilustração do Comércio Triangular. As Treze Colônias enviavam para Europa matéria-prima como tabaco, café, açúcar e algodão, além de manufaturas como o rum; os Europeus enviavam manufaturas para África em troca de escravos e os revendia para as Treze Colônias.

Já as colônias do norte predominou a colonização de povoamento, onde a intenção dos colonos foi reconstruir a vida que tinham na Inglaterra após saírem do país devido à perseguição religiosa. A característica principal das colônias do norte era a presença de protestantes buscando uma nova terra onde existisse mais tolerância religiosa. A colonização de povoamento contribuiu para o surgimento de um sentimento nacionalista e de pertencimento à terra, na medida em que buscou a autonomia econômica e política através da ausência do pacto colonial, da divisão de terras em minifúndios e da produção policultora e diversificada de alimentos e matéria-prima, o que possibilitou a troca, o desenvolvimento do comércio interno, a produção de manufaturas e posteriormente a industrialização.
A colonização inglesa diferenciou-se, em muitos aspectos, da colonização exercida na América Portuguesa e Espanhola devido à negligência da metrópole com o pacto colonial. Enquanto nas colônias britânicas do norte a autonomia colonial contribuiu o desenvolvimento econômico, os portugueses na América optaram por uma prática mercantilista monopolista com a ambição de explorar as riquezas para serem exportadas para metrópole a um preço mais baixo e revendidas na Europa a preços altos. O exemplo das colônias inglesas demonstra que não é apenas o tipo de colonização que define o desenvolvimento econômico e político da colônia, e sim a ação do pacto colonial, que sob as regras do monopolia contribuiu para o atraso e a falta de autonomia colonial.

Fique por dentro áreas que integraram as Treze Colônias:

As Colônias do Norte ou Nova Inglaterra .

§ Província de New Hampishire mais tarde o Estado de New Hampshire.
§ Província da Baía de Massachusetts mais tarde os Estados de Massachusetts e Maine.
§ Colônia de Rhode Island mais tarde o Estado de Rhode Island
§ Colônia de Connecticut mais tarde o Estado de Connecticut

As Colônias Centrais: 

§ Província de Nova Iorque mais tarde os Estados de Nova Iorque e Vermont.
§ Província de Nova Jérsei mais tarde o Estado de Nova Jérsei.
§ Província de Pensilvânia mais tarde o Estado de Pensilvânia.
§ Colônias de Delaware mais tarde o Estado de Delaware.

As Colônias do Sul:

§ Província de Maryland mais tarde o Estado de Maryland.
§ Colônia de Domínio da Virgínia mais tarde os Estados de Virgínia, Kentucky e Virgínia do Oeste.
§ Província da Carolina do Norte mais tarde os Estados de Carolina do Norte e Tennessee.
§ Província da Carolina do Sul mais tarde o Estado de Carolina do Sul.
§ Província da Geórgia mais tarde o Estado de Geórgia.

II) A COLONIZAÇÃO ESPANHOLA NA AMÉRICA:

Os espanhóis, assim como os portugueses, foram pioneiros na expansão marítima em busca de novas terras. A chegada dos espanhóis na América Central em 1492 com Cristóvão Colombo determinou o encontro de culturas muito diferentes e ao mesmo tempo em estágio de civilização muito próximos. Os indígenas que habitavam a América Central e as áreas Andinas desenvolveram grandes impérios e dominavam metais, além de terem um acumulo de ouro, prata e pedras preciosas, o que na linguagem mercantilista significava enriquecimento imediato.

Mapa da distribuição geográfica dos povos pré-colombianos antes da chegada dos europeus na América. Os grandes impérios que se perderam após o encontro com espanhóis foram os incas e os astecas.

A colonização espanhola contribuiu para o genocídio indígena devido a existência de metais preciosos e a diferença cultural. Os indígenas que sobreviveram ficaram reféns do trabalho compulsório nas minas e fazendas (mita e encominda), além de terem sido vitimas da catequização sofrendo um triste processo de assimilação cultural. 
A colonização espanhola na América obedeceu ao modelo de exploração sob a rígida existência do Pacto Colonial e do monopólio da metrópole sob as riquezas existentes na colônia.

Mapa com a divisão de Vice-reinos e Capitanias Gerais que compunham a ordem administrativa das colônias espanholas na América.

O controle administrativo da coroa espanhola era feito a partir das Audiências, do Vice-Reinado e das Capitanias Gerais. As Audiências eram instituições de competência administrativa, judiciária e fiscalizadora instalados nos principais centros da colônia. Os Vice-Reinados e as Capitanias Gerais foram instalados para aumentar o monopólio real sob a mineração e produção agrícola. A Casa de Contratação garantia o monopólio e a cobrança do quinto (imposto) sobre as atividades econômicas realizadas na colônia. 
A administração colonial ficava nas mãos dos altos funcionários que eram espanhóis enviados pela coroa chamados de chapetones; os crioulos eram os colonos nascidos na América donos de propriedades de terras, de minas ou grandes comerciantes. Os mestiços que eram os filhos de espanhóis com indígenas ou os mulatos que eram filhos de espanhóis com negros ou filhos de índios com negros realizavam os trabalhos subalternos, e no fim da pirâmide social estavam os indígenas e os africanos na condição de escravos.

A Pirâmide Social apresenta as hierarquias na colônia espanhola

A mineração era a atividade principal da colônia. Os espanhóis descobriram minas na Bolívia, México, Argentina, Chile e Paraguai. Com o declínio das atividades mineradoras, as haciendas se consolidaram como centro da economia colonial. As haciendas obedecia ao modelo plantation, sendo caracterizada como uma grande propriedade rural monocultora de produtos tropicais voltados para o abastecimento da colônia e exportação, com utilização do trabalho escravo indígena ou africano. 
O processo de colonização dos espanhóis na América se diferenciou da colonização inglesa tanto na organização colonial, como nos objetivos econômicos e no próprio modelo de colonização, como podemos observar no esquema abaixo:

O esquema apresenta diferenças entre a colonização espanhola e inglesa na América.

A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA:

Em 1500 a expedição do português Pedro Álvares Cabral desembarcou na América onde hoje é o Brasil, precisamente em Porto Seguro. Muitos historiadores já comprovaram o conhecimento dos portugueses das terras brasileiras, tendo Pedro Álvares Cabral a missão de consolidar os domínios colônias portugueses definidos após o Tratado de Tordesilhas assinado em 1494.

Mapa apresenta os limites do Tratado de Tordesilhas assinado entre Espanha e Portugal para delimitar os domínios coloniais entre as duas potencias marítimas durante o século XV

Diferente dos espanhóis, os portugueses ao chegarem no Brasil encontraram com populações indígenas seminômades coletoras que não dominavam metais, mas possuíam um vasto conhecimento da rica fauna e flora das terras que habitavam. Com o lucro das especiarias vindas da Índia, inicialmente os portugueses realizaram expedições exploratórias e encontram o pau-brasil que possuía grande valor na Europa, o que levou a intensa exploração da árvore que servia como corante vermelho para tecidos. Todo trabalho era realizado com a mão de obra indígena através do trabalho compulsório sob a justificativa do escambo. Os indígenas extraíam o pau-brasil em troca de quinquilharias, ou seja, objetos por eles desconhecidos, tais como: espelhos quebrados, facas, panelas e etc.

Trabalho compulsório realizado por indígenas na extração de pau-brail. Ao fundo portugueses trocam o pau-brasil por quinquilharias.

O período inicial de colonização portuguesas no Brasil ficou conhecido como pré-colonial, sendo datado do ano de 1500-1530. Neste momento não houve a efetivação da colonização pelos portugueses. O Brasil se caracterizava como uma rota de abastecimento. Feitorias – armazéns que guardavam armas, alimentos e mercadorias; estavam espalhadas pela costa.Com esta política o Brasil sofria ameaças de invasões constantes de demais países que ficaram de fora do Tratado de Tordesilhas. Os franceses, interessados no pau-brasil e no domínio de novas terras tentaram invadir o Brasil em 1555 no Rio de Janeiro – França Antártica, e 1594 no Maranhão – França Equinocial.
A ameaça de invasões a colônia portuguesa na América determinou uma mudança de estratégia, o que levou a consolidação do modelo de exploração através da introdução do plantation para produção de açúcar, da divisão do território em capitanias hereditárias e do domínio exercido pelo exclusivismo colonial.
Em 1532 Martim Afonso de Sousa fundou a primeira vila de ocupação, instalou o primeiro engenho de açúcar, e explorou a costa em busca de metais preciosos. Diante do insucesso com os metais preciosos que não foi encontrado então a coroa decidiu pela implantação das capitanias hereditárias, dividindo o território em 15 capitanias que foram dadas a donatários como forma de ocupação das terras, defesa e produção de açúcar. As terras poderiam ser doadas como sesmarias, mas nunca vendidas. De todas as capitanias apenas duas prosperaram: Pernambuco e São Vicente.

O mapa acima apresenta a divisão do Brasil em capitanias hereditárias e os respectivos donatários.

É importante observar que a escolha pelo plantio de açúcar como economia monocultora esteve associado ao conhecimento do cultivo pelos portugueses nas colônias da África e pela grande lucratividade desta especiaria na Europa. No entanto, ficava sob a responsabilidade do donatário a instalação dos engenhos, a segurança da capitania e todo custo com a produção do açúcar. Este fator somado aos constates ataques indígenas a colonização portuguesa determinou o insucesso da maioria das capitanias.
Sob o trabalho escravo, os indígenas passaram a ser substituídos pelos africanos trazidos da África pelo lucrativo tráfico de escravos para trabalhar nos engenhos de açúcar. A Igreja passou a proibir a escravidão devido ao interesse de catequizar os indígenas como forma de minimizar a resistência e as guerras. A própria metrópole havia autorizado o decreto de guerras justas, autorizando os colonos a matar os indígenas em cão de invasão ou ataque, independente da tutela da Igreja. 
Pelo conhecimento dos indígenas do interior do território, muitos auxiliaram os portugueses no processo de interiorização que ocorreu com as bandeiras, pecuária e drogas do sertão. Mas essa já é outra história...

Iconografia retirada da obra de Gilberto Freire “Casa Grande e Senzala”, apresenta a organização dos engenhos no Brasil.

Imagem de Rugendas demonstra os africanos em condição de escravidão trabalhando nos engenhos. Acima os escravos estão moendo a cana de açúcar.

Texto escrito por Gabriela Maretti e Profa. Clarissa F. do Rêgo Barros

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.

1) (Fatec) Dentre as características gerais do período pré-colonizador destaca-sea) o grande interesse pela terra, pois as comunidades primitivas do nosso litoral produziam excedentes comercializados pela burguesia mercantil portuguesa.
b) o extermínio de tribos e a escravização dos nativos, efeitos diretos da ocupação com base na grande lavoura.
c) a montagem de estabelecimentos provisórios em diferentes pontos da costa, onde eram amontoadas as toras de pau-brasil, para serem enviadas à Europa.
d) a distribuição de lotes de terras a fidalgos e funcionários do Estado português, copiando-se a experiência realizada em ilhas do Atlântico.
e) a implantação da agromanufatura açucareira, iniciada com construção do Engenho do Senhor Governador, em 1533, em São Vicente.

2) Sobre a colonização inglesa na América do Norte:

a) estabeleça sua conexão com os desdobramentos da Reforma Protestante da Inglaterra;

b) explique por que na região sul se originou uma organização socioeconômica diferente da do norte.

3) A mineração foi a atividade econômica mais importante da América Espanhola durante o período colonial. Múltiplos fatores condicionaram a formação e a decadência dos complexos mineradores do altiplano andino e do planalto mexicano. Assinale a modalidade de mão-de-obra que predominou nas minas de prata dos referidos complexos, durante os séculos XVI e XVII.
a) Indígena, submetida ao trabalho compulsório.
b) Negra, submetida ao trabalho escravo.
c) Européia, no regime de trabalho assalariado.
d) Indígena, adaptada ao trabalho livre.
e) Indígena, no regime de trabalho voluntário.
Gabarito


1- C
2- a) Com a Reforma Protestante teve inicio na Inglaterra uma guerra civil entre católicos e protestantes, o que determinou a imigração de protestantes para a América do Norte.
b) O norte optou por uma colonização de povoamento devido ao grande número de colonos protestante que queriam reconstruir a vida nas novas terras, enquanto no sul a colonização se caracterizou pela tipo de exploração que obedecia o modelo plantation de monocultura, latifúndio, escravidão e exportação.
3- A

domingo, 26 de maio de 2013

A crise de 1929


No final da década de 1920, uma crise diferente das crises ocorridas anteriormente ficou conhecida no mundo capitalista, que afetou toda a economia e assumiu um caráter global. Para o melhor entendimento, estima-se que em 1929, havia cerca de 10 milhões de desempregados no mundo. E com a crise, em 1932, o número de desempregados chegou a 40 milhões.

O período entre 1929 e 1932 ficou conhecido como “ciclo infernal” da crise nos Estados Unidos, que era então a principal economia capitalista do planeta. Cerca de cinco mil bancos quebraram e 100 mil indústrias paralisaram suas atividades.

O início da crise
Durante a década de 1920 poucos contemporâneos percebiam que a economia capitalista caminhava rapidamente para uma grande catástrofe. E mesmo as vésperas da crise, poucos tinham noção do que viria em seguida. Em 1928, quando o presidente norte-americano Herbert Hoover tomou posse afirmou: “Hoje, na América, estamos mais perto da vitória sobre a pobreza do que qualquer outro país jamais esteve, em qualquer momento da história.”A partir de outubro de 1929, quando a crise manifestou-se com toda intensidade, provocou uma onda de suicídios, e a maioria das pessoas tentava entender o que havia acontecido. (In:Texto “O que é recessão, Paulo Sandront)

A Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929
Para entender a relação entre a Crise Capitalista de 1929 e a Primeira Guerra Mundial, é preciso retomar o cenário das condições econômicas do mundo. Os Estados Unidos foram os maiores beneficiários da Guerra, em termos econômicos, e eram eles quem supriam a Europa com produtos industrializados, armamento, recursos financeiros e alimentos. Além de expandirem sua influência sobre países da América Latina e Ásia.
“A década de 1920, ou, mais precisamente, os oito anos que separam a depressão do pós-guerra e a Quebra da Bolsa de Valores, em outubro de 1929, foi um período de prosperidade para os Estados Unidos. A produção total da economia aumentou em mais de 50%.” (GALBRAITH, J. K. Dias de “boom” e de desastre. In: ROBERTS, J. M. História do Século XX. São Paulo: Abril 1974. V. 3. P. 1 330.)

A partir de 1925, especialmente, foi verificada uma retração das exportações norte-americanas devido à recuperação industrial da Europa Ocidental. Após da guerra, os Estados Unidos adotaram uma política isolacionista em relação às questões políticas dos Estados Europeus. Com isso, houve uma redução no volume de empréstimos norte-americanos à Europa, o que também contribuiu para a diminuição da capacidade importadora do continente.
Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos viveram em um clima de euforia. As inovações tecnológicas na agricultura garantiram o aumento da produtividade que se traduziu em safras recordes. Porém, havia uma tendência de queda nos preços dos produtos agrícolas constante, uma vez que, a partir de 1924-25, as economias européias, que já superavam os efeitos da guerra, tendiam a comprar menos produtos da agricultura norte-americana. Assim, a superprodução e queda de preços afetaram os fazendeiros norte-americanos, que imaginavam ser uma crise passageira.
O setor industrial viveu uma expansão sem precedentes, visível no setor automobilístico, na indústria de construção civil, entre outros setores. Os chamados “sonhos de consumo” (automóveis, geladeiras, rádios e aspiradores de pó) inundaram os lares de muitos norte-americanos. O vertiginoso ritmo da produção e o crescente aumento da produção permitiram às indústrias diminuírem cada vez mais seus custos de produção, levando os produtos cada vez mais ao alcance de mais consumidores. Houve também uma expansão do crediário, que forneceu condições para uma ampliação do ritmo de produção. Entre 1920 e 1929, as vendas a prazo multiplicaram-se por cinco, atingindo uma “fantástica cifra”, para os padrões da época, de 6 bilhões de dólares. Costuma-se afirmar que os ricos nunca foram tão ricos nos Estados Unidos quanto durante a década de 1920.
Porém o aumento da produtividade e a expansão da produção também contribuíram para agravar o quadro de desemprego, camuflado pela mística da “prosperidade permanente”. Embora a produção por trabalhador tivesse aumentado constantemente, os salários mantiveram-se estáveis, bem como os preços, e os lucros das empresas cresciam rapidamente. De maneira geral, o consumo foi incentivado pela ampla oferta de créditos. Muitos consumidores passaram a ter acesso a bens sem, muitas vezes, ter a certeza das condições reais futuras que lhes possibilitassem quitar as dívidas contraídas. Os norte-americanos acreditavam que tudo estava bem com a economia, devido a facilidade das prestações (crediário). Tanto que o país começou a ser considerado um “modelo” de desenvolvimento e prosperidade.
Os capitais excedentes pela “euforia” da década de 1920 foram canalizados também para os países europeus na forma de empréstimos. Com tais empréstimos, a Europa conseguiu reorganizar boa parte de sua economia, e algumas indústrias até passaram a competir com a produção norte-americana. Enquanto os norte-americanos continuaram empolgados com a grande prosperidade dos anos 1920, em 1927 a Europa ultrapassou o volume de sua produção de antes da guerra.
Em tal ritmo global, a economia norte-americana teve queda em suas exportações. No final da década de 1920, os empréstimos externos norte-americanos para os países europeus foram retirados, o que reduziu mais ainda as exportações. A redução da produção aumentou o desemprego, o que afetou o poder de compra dos trabalhadores, diminuindo ainda mais o consumo e provocou mais desemprego.
Durante o período de prosperidade, as grandes companhias norte-americanas tiveram suas ações na Bolsa de Valores de Nova York valorizadas constantemente, os valores subiam na mesma medida em que crescia a confiança no sistema. Porém, por ser uma valorização artificial, especulativa poderia ruir ao menor sinal de perda de credibilidade.
A crise econômica mundial explodiu com o colapso da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Uma especulação desenfreada havia levado valores de títulos a alturas fantásticas, e a venda desenfreada dos mesmos, o que ocasionou um colapso no mercado norte-americano com consequências mundiais. Em 1932 já haviam falido 5000 bancos americanos. Em toda parte a produção diminuiu, o comércio retraiu-se e o desemprego aumentou. Em 1931 faliu o principal banco vienense, o Kredit-Anstalt, precipitando a crise financeira na Europa.

O processo de recuperação
Depois de um momento de perplexidade, os países começaram a tomar medidas visando dominar a crise, porém a mesma era muito mais ampla do que se imaginou e as primeiras medidas de manutenção do liberalismo econômico não tiveram um efeito desejado. Para muitos políticos e economistas, a solução para a crise era uma maior intervenção do Estado na economia. Uma política intervencionista foi proposta pelo economista inglês John Maynard Keynes, que assessorou o presidente Franklin Delano Roosevelt na aplicação de um programa de recuperação da economia conhecida como New Deal.
O New Deal foi caracterizado pela intervenção do Estado da economia desvinculando medidas liberais de autorregulação do mercado. O Estado criou medidas protecionistas, incentivou as exportações e aumentou de gastos públicos como forma de estimular a economia e acabar com o desemprego.
Principais medidas tomadas:
·  Incentivo à construção de obras públicas, abrindo novas oportunidades de emprego;
·  Criação de um seguro-desemprego;
·  Criação de um fundo que garantisse os depósitos populares nos bancos;
·  Abolição definitiva do trabalho infantil;
·  Diminuição da jornada de trabalho para 8 horas;
·  Aumento dos salários dos operários;
·  Fixação dos preços dos produtos básicos;
·  Promoção de reformas na legislação social, ampliando os direitos dos sindicatos;
·  Concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados.

A política keynesiana, adotada por vários outros países, foi a base para a instalação do Welfare State (Estado de Bem-Estar Social). O Estado de Bem-Estar Social marcou a ação das políticas sociais, regularização dos direitos trabalhistas como forma de manter crescimento capitalista. Neste modelo de governo o Estado interventor tem como objetivo garantir o equilíbrio econômico através da regulação e da viabilização de políticas públicas através de uma carga alta de tributos.
Este modelo de Estado se estendeu até a década de 1970, quando as crises do petróleo anunciaram uma nova crise capitalista, que como solução vai buscar reduzir os encargos do Estado através da retomada da “liberdade do mercado” somada a ideia de “Estado mínimo”, o que determinou à implementação do Estado Neoliberal, e junto com ele o sucateamento dos bens público, a perda dos direitos sociais, a precarização do trabalho, entre outras consequências nefastas a sociedade e benéficas a manutenção do sistema capitalista.

Texto escrito por Mariana Monnerat.

APROFUNDANDO OS ESTUDOS: QUESTÕES DE VESTIBULAR.

1) (PUC-RS 2010) Inicialmente favorecida pelas condições internacionais do pós-Primeira Guerra, a economia dos Estados Unidos conheceu um período de forte expansão e euforia nos anos 1920. Todavia, ao final dessa década, o país seria um dos focos da crise mundial de 1929 e da Grande Depressão que a seguiu. Um dos motivos dessa violenta reversão de expectativas foi:

a) a falência das principais medidas estabilizadoras do New Deal. 
b) a política antitruste determinada pela Sociedade das Nações. 
c) a perda de mercados devido à descolonização afro-asiática. 
d) a superprodução no setor primário dos Estados Unidos. 
e) o crescimento da dívida norte-americana em relação às principais potências europeias. 

2) (ENEM cancelado 2009) A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt (1933 -- 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial. No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.( EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression.
Blackwell Publishers, 2000. tradução adaptada).
A partir do texto, conclui-se que:

a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida, apoiando- se em suas necessidades.

GABARITO:

01) d
02) a.